14 de dez. de 2013

Foco

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A perspectiva parte do olhar que vê 
e enxerga beleza nas pequenas coisas. 
Importa mesmo o modo como eu vejo
e não o que os outros olhares acham a meu respeito.
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 Polyana Zavariz 

1 de dez. de 2013

O que fica?

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Saudade. Esta é a definição que ela tem sobre o tempo. Pois as expectativas não são mais que falsas esperanças e apegos. E como tudo nessa vida passa, as expectativas vividas também. De fato, o que fica é a caridade que dispomos em cada situação e aos que precisam do nosso cuidado. O amor concreto é o que direciona a nossa existência. É o que vai restar, no fim. Palavras, teorias ou crenças se não estiver ancorado na caridade, de nada valerá. Cada situação apresentará duas possibilidades - a de fazer o que é bom ou o que mal, sendo que cada escolha terá sua consequência. E são as decisões diárias que vão indicando qual caminho estamos seguindo. Assim, refletindo sobre sua vida, ela percebeu que do passado nada mudaria mas que a partir de então, poderia refletir melhor sobre suas escolhas buscando andar sobre a luz de Deus, ainda que com os passos vacilantes, pois Deus conhece o seu coração.
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21 de set. de 2013

tempo das surpresas de Deus

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"Não há flores no inverno, entretanto, 
o frio também possui sua específica beleza. 
Ele possibilita a reflexão acerca da falta que nos faz as cores da primavera." 
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(Pe. Adriano Zandoná - Com. Canção Nova)

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... Primavera: tempo das surpresas de Deus.

27 de ago. de 2013

uma coisa de cada vez

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Saber dar nomes aos sentimentos 
é importante para bem viver cada tempo - com coerência e verdade, 
mesmo quando o deserto parece não ter fim. 
(25.11)

11 de ago. de 2013

Saudades, pai!


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É o segundo "Dia dos Pais" sem você... Percebo que agora minhas importâncias mudaram e, as datas do calendário também. A saudade abriu espaços que não haviam em mim, e tive que me "desdobrar", me redescobrir pra poder continuar, pai. É difícil saber, ao certo, por onde andar e como escolher o passo mais acertado. De fato, o que nos sustenta é a FÉ, mas queria muito que você estivesse aqui pra eu contar minhas alegrias pequenininhas e lhe ver feliz pelas nossas conquistas. Mas sabe, pai, como Deus é Bom e cuida de nós, Ele sempre nos concede a graça de permanecermos uma família unida e feliz. Por isso, pai, é que quero hoje lhe agradecer por ter sido tão amável e bom conosco; por ter sido paciente e sempre presente em cada coisa. Muito obrigada pelo seu amor e dedicação, pai. Saudades! Te amo! 

Feliz dia dos Pais!!

(Das cartas que não enviei - Polyana Zavariz)

21 de jul. de 2013

Sou igreja!


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Era julho. Mês de férias e descanso. Mas o coração do cristão não tira férias, e ainda mais com um evento tão importante para a juventude católica do mundo inteiro acontecendo em seu país - Brasil. Ela estava contando os dias para encontrar-se com o Papa Francisco. Em meio a tantos sonhos e projetos, este era o mais belo: ir à Jornada Mundial da Juventude. Ser parte de um acontecimento tão importante, de crescimento na fé e no discipulado, deixou o seu coração em êxtase. Preparou, antecipadamente, tudo o que era preciso para que, na semana da Jornada tivesse mais disponibilidade de preparar seu coração. E, com muita alegria dizer: "Seja bem vindo, Papa Francisco!"
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Polyana Zavariz.

14 de abr. de 2013

A esperança do coração


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"É o amor de Cristo que enche os nossos corações e nos impele a evangelizar. Hoje como outrora, Ele envia-nos pelas estradas do mundo para proclamar o seu Evangelho a todos os povos da terra (Mt 28, 19). Com seu amor, Jesus Cristo atrai para si os homens de cada geração: em todo o tempo, Ele convoca a Igreja confiando-lhe o anúncio do Evangelho. A fé cresce e transforma toda existência humana, quando é vivida como experiência de um amor recebido e é comunicada como experiência de graça e de alegria. A fé torna-nos fecundos porque alarga o coração com a esperança. Por conseguinte, só acreditando é que a fé cresce e se revigora; não há outra possibilidade de adquirir certeza sobre a própria vida, senão abandonar-se nas mãos de um amor que se experimenta cada vez maior, porque tem sua origem em Deus."
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PORTA FIDEI Nº 07 - BENTO XVI

27 de mar. de 2013

Este Jesus me provoca*



 

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(Tradução livre do alemão “Dieser Jesus provoziert mich”, da autoria de Pe. Zezinho, SCJ)

Eu me perturbo e irrito e Ele me diz: sossega, perdoa!
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Eu tenho medo e Ele me ordena: coragem!   
Eu duvido e Ele me sussurra: confia!   
Eu estou amedrontado e apavorado e ele me diz: fica tranqüilo!
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Eu quero ficar sozinho, na minha, e Ele me convida: vem e segue-me!
Eu traço planos e faço sonhos e Ele me desafia: renuncia a eles!
Eu quero certezas e Ele me assegura: eu não lhe garanto nada!
Eu ajunto bens e seguranças e Ele me sugere: deixa-os!
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Eu quero viver para mim e Ele me propõe: entrega tua vida pelos outros!   .Eu acho que já sou bom e Ele me provoca: isto não basta, tu podes ser melhor!    
Eu quero cargos e mandar e Ele me segreda: experimenta servir!   
Eu quero dar ordens e conselhos e Ele me diz: obedece!    
Eu quero compreender e Ele me interpela: crê!
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Eu quero clareza e precisão e Ele me ensina em parábolas!
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Eu quero poesia e me refugio na fantasia e Ele me fala da crua realidade!   
Eu quero minha tranqüilidade e Ele me enche de inquietação.    
Eu quero me impor pela força da guerra e Ele me pede lutar pela paz!   
Eu apelo para a espada e Ele me convida apostar na palavra da profecia!    
Eu decido dar o troco e me vingar e Ele me sugere: apresenta a outra face!    
Eu procuro a paz do comodismo e do descompromisso e Ele me desafia: sai da moita e dá teu testemunho!    
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Eu busco contornar e tapear e Ele me diz que preciso da honestidade e da ousadia!    
Eu quero ser importante, grande, e Ele me cobra: sê pequeno e serve!    
Eu procuro me esconder e fugir e Ele me propõe: mostra tuas obras e sê luz!
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Eu aspiro pelo primeiro lugar e Ele me diz: senta no último!
Eu quero ser visto, aparecer e ser apreciado e Ele me diz: sê discreto!
Não mesmo! Este Jesus eu não entendo! Ele me provoca e desinstala!
Como vários de seus discípulos, eu também quereria outro Mestre a seguir, que fosse mais condescendente e menos exigente!
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Mas, assim como Pedro, eu sei muito bem que não há outro Mestre que tenha palavras de vida eterna. Por isso decidi: com Ele quero ficar, como discípulo; em nome dele quero partir, como missionário!
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19 de mar. de 2013

Horizontes



 
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O coração ainda batia. Numa fração de segundo, ela viu acontecer em sua vida muito daquilo que outrora pensou. Seu olhar a mirar o horizonte, agora ousava perceber não estar mais tão longe da realização daqueles anseios. Ainda que discretamente, seus olhos podiam ver, sem máscaras, sua própria história. Não mais preocupada com a exposição de outros olhares ao seu redor, mas fixada no olhar Daquele que não a decepciona. E, quando seus olhos se abriram, viu que todos os seus anseios estavam guardados no coração do seu Senhor, esperando o momento certo para desabrochar. E ela, vê a vida, agora, como num espelho, e compreende os porquês de tantas coisas... E ao olhar o horizonte, carrega em si a esperança e a alegria de alguém que foi encontrada. E, uma vez encontrada, Deus não a abandonará.

3 de mar. de 2013

NÃO SOMOS DONOS DE NOSSAS VIDAS*



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Observe o pequeno peixe no mar, a formiga no tronco de árvore e o pequeníssimo camundongo no pátio. De repente, um animal maior os come vivos. Cumpriram sua finalidade? Nasceram para serem comidos? A fruta nasceu para dar sementes, ou para ser comida? Ou para as duas funções? E os animais? Porque se devoram? Porque os seres humanos se matam, se anulam ou se derrotam?
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Não somos donos da nossa vida. No carro, na bicicleta, sob a marquise, n avião, na calcada, em casa, um acidente, que poderia acontecer a qualquer um, acontece conosco. Era para ser daquele jeito? Está escrito que deveríamos perder as pernas, morrer de câncer ou de diabetes? Porque nós? E aquela disfunção que veio de repente? Estava no DNA? Adiantaria saber com antecedência? Teríamos como evitar? Adianta ao peixe sentir que vai ser comido vivo, se não tem como escapar.
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A criação é finita e é por isso que se reproduz. Folhas, sementes, frutas, animais, aves, répteis, homens e mulheres se reproduzem para se perpetuar porque o indivíduo morre! Geram seres parecidos consigo, com pequeníssimas diferenças. Raramente acontecem diferenças notáveis. A árvore que gera frutos e sementes, avisa que um dia vai morrer e que será substituída. Fazemos o mesmo com nosso corpo e com as nossas idéias. Homem e mulher se acasalam porque consciente ou inconscientemente querem se perpetuar. A repetição de carinhos é desejo de perpetuar num sentimento, que às vezes nem pode ser chamado de amor. O carinho passageiro era para não durar. Também semeamos idéias e fazemos discípulos, porque queremos que nossos conhecimentos e nossas crenças se espalhem e sobrevivam a nós. Há quem funde uma religião e até use de truques desonestos para perpetuar o seu jeito de crer. 
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No fundo, é porque sabemos que passaremos e queremos deixar sinais, pegadas e raízes. Quem escreve livros quer legar alguma coisa. O inventor de um avião certamente não o fez para si mesmo. Queria deixar algo de si para o futuro. Pôde fazer e fez alguma coisa duradoura, antes de morrer.
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Voltemos à formiga, ao peixe e ao camundongo. Qual a sua finalidade? Cumpriram o projeto do Criador? É projeto do Criador que alguém coma o outro vivo? Ou é desvio? Se é desvio, porque o Criador não interveio? Só porque não gostamos, ou não entendemos algum fato, ele é ruim? Só é bom o prazer? Como pode ser bom o prazer de comer carne, se uma vida foi sacrificada para isso? Será bom em si, tudo o que nos faz bem? A vitória que é boa para nós, não é ruim para o derrotado? Perder é sempre ruim, ou há perdas que salvam? Morrer é melhor, ou é pior que viver? Ou, faz parte do processo! O que é melhor para a fruta? Amadurecer e cair de podre, ou ser colhida e comida? Comê-la é melhor para nós, mas será melhor para a fruta? Existe um projeto? 
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Tais perguntas podem nos aproximar ou afastar de quem nos criou. Depende do papel que desejamos exercer na vida. Filhos de Deus que querem saber das coisas, ou patrulheiros de Deus que acham que seu projeto é, ou deu errado!
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*Padre Zezinho - SCJ
Fonte: http://www.padrezezinhoscj.com/wallwp/artigos_padre_zezinho/comportamental/nao-somos-donos-de-nossas-vidas

27 de fev. de 2013

O amor tudo transforma




"Entre as ruínas sempre poderá nascer uma flor. A felicidade 
cresce e frutifica quando acreditamos no amor."
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(Padre Roque Schneider)
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24 de fev. de 2013

PEQUENOS GRANDES AMORES*



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Há o grande amor de uma vida e há os pequenos grandes amores. O homem e a mulher encontram o grande amor e se ele for mesmo o grande amor gera muitos pequenos grandes amores, nascidos daquele amor. São, por exemplo, os pequenos grandes amores que dão sentido à espera da jovem mulher que ainda não encontrou o seu grande amor. Eu dizia isso tempos atrás a uma jovem de 30 anos que sofria terrivelmente de solidão.
“Há,-dizia eu- um núcleo de pequenos grandes amores que fecham o cerco ao nosso redor e impedem que a solidão, as somatizações, a ansiedade e a depressão nos dominem. Você os vai amando e eles e elas vão amando você enquanto o seu grande amor não vem. Vale dizer: enquanto você não encontra a sua alma gêmea, amor de pai e mãe, de avós, de irmãos e sobrinhos e amigos e amigas vão preenchendo os espaços do seu coração de mulher que deseja um lar, um homem que divida a vida com você e filhos que dividam com vocês o mesmo lar. Quem não tem estes outros relacionamentos serenos sofre muito mais a solidão do grande amor que não veio. Pequenos grandes amores estão na sua casa dando todo o colo e o carinho de que você precisa até que o amor sonhado aconteça. Se não acontecer são esses pequenos grandes amores que motivarão a sua vida de mulher.”
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Ela ouviu atentamente e começou a contar nos dedos. Chegou a 35 pessoas que poderia considerar pequenos grandes amores. Com o pai e a mãe, estes avós, sobrinhos e amigos, estas amigas e gente que se importa e não invade nem força tornaram sua vida de jovem mulher um caminhar sereno, ainda que sofrido. Os três rapazes que poderiam ter lhe dado um lar, desistiram no meio do caminho. 
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Raramente pensamos nesses pequenos grandes amores, mas sem eles nenhum grande amor daria certo.Preparam e continuam a nutrir um coração, mesmo depois do grande encontro da pessoa certa.
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Gosto de pensar que a vida nos prepara muitos antídotos dos quais nem sempre nos damos conta. Mas quando algo nos envenena os pequenos grandes amores são esses grandes antídotos. Ulceracões gástricas, ulceras, depressão, lágrimas furtivas, coração pesado, desânimos e vazios diminuem ou até acabam quando nos damos conta do quando somos amados. E daí se o tão sonhado grande amor não veio? Continuamos amados e muito amados. Uma professora meses atrás dizia a uma filha de 29 anos que lamentava a solidão causada pelo rapaz que se casara com outra.
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-” Doer ,dói e doerá. Mas não queira experimentar entre o melhor e o pior.É bem melhor não ter o grande e sonhado amor, do que tê-lo e não poder desfrutá-lo porque diminuiu Há perdas que libertam. Tente de novo. Enquanto isso, terá uns vinte pequenos grandes amores torcendo de novo por você.Sem eles você estaria perdida. Com eles um dia vai dar certo. 
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*Padre Zezinho
Fonte:  http://www.padrezezinhoscj.com/wallwp/artigos_padre_zezinho/matrimonio/pequenos-grandes-amores

17 de fev. de 2013

Olhar a sua volta*

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O problema é que eu estava tão concentrada na minha própria ideia
Na busca incessante por um sentido na vida, corremos, diariamente, o risco de sermos levados pela distração. O passado e o futuro nos arrastam para um lado e para outro, e pouco conseguimos aproveitar do agora. Mais do que nunca, é preciso lutar por viver dignamente o presente, ou seja, centrar nosso coração no Reino de Deus. "Buscai, em primeiro lugar, o Reino de Deus e a Sua justiça, e tudo mais lhe será dado por acréscimo" (Mt 6,33).

Acredito que este Reino não é nenhuma terra distante, que um dia esperamos alcançar, nem é a vida depois da morte ou um estado de vida ideal. Este Reino é, antes de tudo, uma presença ativa e constante do Espírito de Deus agindo em nosso íntimo e nos oferecendo em toda e qualquer situação a liberdade que tanto almejamos. O Reino do Senhor acontece aqui e agora, onde estou escrevendo; e aí, agora, onde você está lendo, porque em Cristo o Reino de Deus está ao alcance de todos nós.

Sendo assim, pode surgir a pergunta: "Como eu posso centrar, acima de tudo, meu coração no Reino de Deus se Ele está preocupado com tantas outras coisas neste mundo?" O Espírito Santo responde, revelando-nos que é necessária uma mudança de coração; uma mudança não de lugar, mas sempre de mentalidade, para vivermos esta feliz realidade.

Certa vez, perdi muito tempo tentando encaixar a alça do meu vestido no espaço errado; depois de diversas tentativas, já havia machucado a mão e quase rasgado parte da roupa sem sucesso. Estava atrasada, irritada e sentia-me ridícula por não conseguir algo que parecia tão simples. Mas o pior foi constatar que eu estava tentando encaixar a alça no lugar completamente errado, enquanto, ao lado, havia o espaço certo que encaixava perfeitamente e sem esforço nenhum, pois havia sido feito para isso.

O problema é que eu estava tão concentrada na minha própria ideia que não conseguia lançar um olhar e perceber o que estava ao meu redor, mesmo que fosse óbvio.

A conversão me parece um pouco isso. É olhar em volta e constatar que não somos sempre os donos da razão, que existem soluções além das que nós elegemos e que os nossos problemas, por maiores que pareçam, não estão fora do alcance de Deus.

Quando paramos um pouco e damos atenção à voz de um amigo, por exemplo; quando lemos um livro, ouvimos uma música, fazemos um retiro, em fim, quando tiramos o problema do nosso foco e ousamos olhar em volta, vemos que, muitas vezes, nós é que estávamos tentamos encaixar “a alça do vestido” no lugar errado e, por apego à nossa ideia, não conseguíamos olhar com calma e perceber que existia outro espaço apropriado para isso.

Quando temos coragem de olhar a vida por esse prisma, percebemos que, na maioria das vezes, preocupamo-nos excessivamente com coisas banais e por isso nos cansamos. Ou pior ainda, chegamos mesmo a nos machucar e aos que estão ao nosso lado, geralmente os que mais amamos, só porque estamos apegados por demais às nossas ideias. E a voz suave de Deus nos diz: “Dá uma olhada à Sua volta, centra Seu coração no meu Reino. Abra mão dos seus apegos e Eu lhe darei a liberdade e a paz que seu coração deseja.”

Que, hoje, seja um dia de olharmos à nossa volta e darmos passos firmes na direção que Deus nos inspira seguir sem medo.


*Dijanira Silva
Missionária da Comunidade Canção Nova, atualmente reside a missão de Fátima/Portugal. Apresentadora da Rádio CN América SP.

3 de fev. de 2013

mudando a direção


'' Pode ser injusto, mas o que acontece em poucos dias, 
às vezes até uma única vez, pode alterar o rumo da vida inteira. ''
O Caçador de Pipas.
Foto: '' Pode ser injusto, mas o que acontece em poucos dias, às vezes até uma única vez, pode alterar o rumo da vida inteira. ''

O Caçador de Pipas.

13 de jan. de 2013

Homem ou coelho? Pode-se ter uma “boa vida” sem a fé Cristã?*



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Homem ou coelho?
C.S. Lewis
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Pode-se ter uma boa vida sem se acreditar no cristianismo? Esta é a questão sobre a qual me pediram para escrever e, imediatamente antes de tentar respondê-la, tenho um comentário a fazer. A questão parece ter sido formulada por uma pessoa que diz a si própria, Não me importo se o cristianismo é ou não verdadeiro. Não estou interessado em descobrir se o universo real é mais parecido com o dos cristãos ou com o dos materialistas. Tudo em que estou interessado é em ter uma vida boa. Vou escolher minhas crenças não porque as penso verdadeiras mas porque as considero úteis.”
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Francamente, acho difícil alguém simpatizar com esse estado mental. Uma das coisas que distingue o homem de outros animais é que ele quer conhecer as coisas, quer descobrir o que é a realidade, simplesmente por conhecer.[1] Quando esse desejo é, em alguém, completamente sufocado, penso que esse alguém tenha se tornado algo menos que um homem. De fato, não acredito que nenhum de vocês tenha perdido esse desejo. 
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Muito provavelmente, pregadores tolos, ao sempre dizerem o quanto o cristianismo ajudará a vocês e o quanto ele é bom para a sociedade, tenham levado vocês a esquecerem que o cristianismo não é um comprimido que se toma para algum mal. O cristianismo alega ter uma explicação para fatos – alega poder dizê-los o que é o universo real. Sua explicação sobre o universo pode ser verdadeira, ou pode não ser, e uma vez que a questão está à sua frente, então sua natural curiosidade deve fazê-los querer conhecer a resposta. Se o cristianismo não é verdadeiro, então nenhum homem honesto desejará nele acreditar, não importa o quão útil ele seja: se ele é verdadeiro, cada homem honesto desejará nele acreditar, mesmo se isso não o ajudar de forma alguma.
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Tão logo percebemos isso, percebemos algo mais. Se o cristianismo for verdadeiro, então é muitíssimo improvável que aqueles que nele acreditam e aqueles que nele não acreditam estejam igualmente equipados para ter uma boa vida. O conhecimento dos fatos deve fazer diferença para as ações realizadas.
Suponha que você encontre um homem a ponto de morrer de fome e queira fazer algo de bom para ele. Se você não tivesse nenhum conhecimento da ciência médica, você iria, provavelmente, dar a ele uma grande quantidade de comida sólida; e, como resultado, seu homem morreria. Isso é o que significa agir no escuro. Da mesma forma, um cristão e um não-cristão devem, ambos, desejar fazer o bem a outros homens. Um deles acredita que os homens são eternos, que eles foram criados por Deus e, de tal forma, que eles só podem encontrar sua verdadeira e permanente felicidade na união com Deus, que eles se perderam terrivelmente no caminho, e que a fé obediente em Cristo é o único caminho de volta. O outro acredita que os homens são um resultado acidental do trabalho cego da matéria, que eles começaram como meros animais e, mais ou menos, evoluíram permanentemente, que eles irão viver por volta de setenta anos, que sua felicidade é totalmente atingida por meio de bons serviços sociais e por organizações políticas, e que tudo o mais (p. ex., vivisseção, controle de natalidade, o sistema judicial, educação) deve ser avaliado como “bom” ou “mau” simplesmente na medida em que ajuda ou atrapalha aquele tipo de “felicidade”.
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Ora, há muitas coisas que esses dois homens concordam em fazer para seus semelhantes. Ambos aprovariam sistemas de esgoto e hospitais eficientes e uma dieta saudável. Mas, cedo ou tarde, a diferença de suas crenças produziria diferenças em seus propósitos práticos. Ambos, por exemplo, poderiam ser muito preocupados com a educação: mas os tipos de educação que eles desejariam para o povo seria obviamente muito diferentes. Onde o materialista perguntaria, a respeito de uma proposta de ação, apenas se “Ela aumentaria a felicidade da maioria?”, o cristão teria a dizer, “Mesmo que ela aumente a felicidade da maioria, não podemos realizá-la. Ela é injusta.” E todo o tempo, uma grande diferença atravessaria todas as suas políticas. Para o materialista, as coisas como nações, classes, civilizações devem ser mais importantes que os indivíduos, porque os indivíduos vivem, cada um, míseros setenta anos e o grupo pode durar séculos. Mas para o cristão, indivíduos são mais importantes, pois eles vivem eternamente; e raças, civilizações etc. são, em comparação, criaturas de um dia.
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O cristão e o materialista têm crenças diferentes sobre o universo. Eles não podem estar ambos certos. Quem estiver errado agirá de uma forma que não se adequa ao universo real. Conseqüentemente, com a melhor das boas intenções do mundo, ele estará ajudando seus semelhantes a se destruírem.
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Com a melhor das boas intenções do mundo … então não será culpa sua. Certamente Deus (se houver um Deus) não punirá um homem pelos seus erros “honestos”? [2] Mas isso era tudo o que você pensava? Você está preparado para correr o risco de trabalhar no escuro em toda a sua vida e fazer um infinito mal, desde que alguém nos assegure que nossa própria pele estará a salvo, que ninguém nos punirá ou nos culpará? Não acreditarei que o leitor está neste nível. Mas mesmo se estiver, há algo a ser dito.
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A questão diante de nós não é “Alguém pode ter uma boa vida sem o cristianismo?”. A questão é, “Você pode?” Todos sabemos que tem havido bons homens que não foram cristãos; homens como Sócrates e Confúcio que nunca ouviram falar de cristianismo, ou homens como J.S. Mill que muito honestamente não poderia nele acreditar. Suponha que o cristianismo seja verdadeiro. Esses homens estavam numa ignorância ou erro honesto. Se suas intenções fossem tão boas quanto suponho (pois, claro, não posso ler os segredos de seus corações) espero e acredito que a misericórdia de Deus remediará os males que suas ignorâncias, deixadas a si mesmo, naturalmente produziriam em si próprios e naqueles que eles influenciaram. Mas o homem que me pergunta, “Não posso viver uma boa vida sem acreditar no cristianismo?” não está na mesma posição. Se ele não tivesse tido notícia do cristianismo ele não estaria formulando essa questão. Se, tendo tido dele notícia, e o tendo considerado seriamente, ele tivesse decidido que ele não era verdadeiro, então, novamente, ele não estaria formulando a questão. O homem que formula a questão ouviu falar do cristianismo e não está certo, de forma alguma, de que ele não seja verdadeiro. Ele está realmente perguntando, “Será que eu preciso me preocupar com ele? Será que eu não posso apenas esquecer a coisa, sem cutucar a onça com a vara curta, e simplesmente me preocupar com a parte ‘boa’? Não são as boas intenções suficientes para me manter seguro e sem culpa, sem a necessidade de bater naquela temerária porta e ter de verificar quem estará, ou não, lá dentro?”
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Para tal homem, pode ser suficiente responder que ele está realmente pedindo para ficar com a parte ‘boa’ antes de ele ter feito o melhor de si para descobrir o que ‘boa’ significa. Mas essa não é toda a estória. Não precisamos perguntar se Deus o punirá por covardia ou preguiça; ele próprio se punirá. O homem está se esquivando. Ele está tentando deliberadamente não saber se o cristianismo é verdadeiro ou falso, porque ele prevê problemas sem fim se ele se provar verdadeiro. Ele se parece com o homem que deliberadamente se ‘esquece’ de consultar a lista de tarefas do dia porque, se o fizesse, poderia encontrar seu nome relacionado a alguma tarefa desagradável. Ele se parece com o homem que não verifica sua conta bancária porque teme o que possa descobrir lá. Ele se parece com o homem que não vai ao médico quando uma misteriosa dor aparece, porque teme o que o doutor pode lhe contar.
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O homem que permanece um incréu por tais razões não está na situação de um erro honesto. Ele está numa situação de erro desonesto, e essa desonestidade se difundirá por todos os seus pensamentos e ações: uma certa volubilidade, uma vaga preocupação no fundo de sua mente, um embotamento de toda a sua sutileza mental, resultará. Ele terá perdido sua virgindade intelectual. Rejeição honesta de Cristo, embora seja um erro, será perdoado ou curado – “Todo aquele que falar contra o Filho do Homem, ser-lhe-á dado perdão.” [3] Mas evitar o Filho do Homem, olhar para o outro lado, fazer de conta que você não O notou, ficar repentinamente absorvido com algo do outro lado da rua, deixar o telefone fora do gancho porque pode ser Ele do outro lado da linha – isso é uma coisa muito diferente. Você pode não estar certo ainda se deve ser um cristão; mas você sabe muito bem que deve ser um Homem, não uma avestruz, escondendo sua cabeça na areia.
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Mas mesmo assim – pois a honra intelectual desceu a um nível muito baixo em nossos dias – escuto alguém lamuriando com a questão, “Ele me ajudará? Ele me fará feliz? Você pensa mesmo que minha situação melhorará se me tornar cristão?” Bem, se você precisa mesmo de minha resposta, ela é “Sim.” Mas eu não gostaria de dar uma resposta neste ponto. Eis aqui a porta atrás da qual, segundo alguns, o segredo do universo está esperando por você. Ou isso é verdade ou não é. E se não for, então o que a porta realmente esconde é simplesmente a maior fraude, a maior empulhação jamais registrada. Não é, obviamente, tarefa de todo homem (um homem, não um coelho) tentar descobrir o que está atrás da porta e, então, se devotar com todas as suas energias a obedecer e honrar esse tremendo segredo ou a expor e destruir essa gigantesca impostura? Desafiado por tal situação, poderá você permanecer totalmente absorvido com seu próprio abençoado ‘desenvolvimento moral’?
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Certo, o cristianismo lhe fará bem – muito mais do que você alguma vez desejou ou esperou. E o primeiro pedacinho de bem que ele lhe fará é martelar em sua cabeça (e você não gostará disso!) o fato de que o que você até agora chamou de “bom” – tudo aquilo sobre “ter uma vida decente” e “ser bom” – não é bem o acontecimento magnificente e da maior importância que você supunha. Ele lhe ensinará que, de fato, você não poderá ser ‘bom’ (não por vinte e quatro horas) contando apenas com seus próprios esforços morais. E então ele lhe ensinará que mesmo que você pudesse, você ainda não teria atingido o propósito pelo qual foi criado. A mera moralidade não é o fim da vida. Você foi feito para algo muito diferente. J.S. Mill e Confúcio (Sócrates estava muito mais próximo da realidade) simplesmente não sabiam o que significa a vida. As pessoas que continuam a perguntar se não se pode ter uma vida decente sem Cristo, não sabe o que é a vida; se eles soubessem, eles saberiam que ‘uma vida decente’ é um mero mecanismo comparado com a coisa de que nós homens somos feitos. A moralidade é indispensável: mas a Vida Divina, que se dá a nós e que nos convida a ser deuses, planeja algo para nós em que a moralidade será nele absorvida. Temos de ser re-feitos. Todo o coelho que existe em nós desaparecerá – o coelho preocupado, escrupuloso e ético e também o covarde e sensual. Sangraremos e guincharemos na medida que punhados de pêlos forem arrancados; e então, surpreendentemente, descobriremos por sob o pêlo uma coisa que nunca antes imaginamos: um Homem real, um deus imemorial, um filho de Deus, forte, radiante, sábio, bonito e imerso em alegria.
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“Mas quando vier o que é perfeito, será abolido o que é imperfeito” [4] A idéia de atingir ‘uma vida boa’ sem Cristo é baseada num duplo erro. Primeiramente, não podemos tê-la; e em segundo lugar, ao estabelecer ‘uma vida boa’ como nosso objetivo, perdemos a verdadeira razão de nossa existência. A moralidade é uma montanha que não podemos subir por nossos próprios esforços; e se pudéssemos, apenas pereceríamos no gelo e no ar irrespirável do cume, na falta daquelas asas com as quais o resto da jornada terá de ser empreendida. Pois é de lá que a ascensão real começa. As cordas e os machados ‘já eram’ e o resto é uma questão de voar.
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Extraído do livro God in the dock [Deus no banco dos réus.]
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[1] A primeira frase da Metafísica de Aristóteles é “Πάντες νθρωποι το εδέναι ρέγονται φύσει.” [Todos os homens têm, por natureza, desejo de conhecer.] (N. do T.)
[2] A expressão aqui é ‘honest error’ que tem a acepção de erro involuntário, mas também do produto de um esforço honesto de entendimento que, no entanto, está marcado pelo erro. (N. do T.)
[3] Lucas, XII, 10.
[4] I Cor. XIII, 10.
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*Fonte: Artigo retirado do blog do Carmadélio, da Comunidade Shalom.
Link: http://www.comshalom.org/blog/carmadelio/26560-ser-homem-ou-ser-coelho-pode-se-ter-uma-boa-vida-sem-a-fe-crista


8 de jan. de 2013

as margaridas


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Bem vindo, Janeiro ensolarado. Regado em risos e cores. Pra desfazer as dores do passado. Daquele coração que sofreu calado, por não saber esperar. Daquela espera angustiante e exaustiva que roubou o brilho de seu olhar... Daquele olhar ao horizonte mirante, que buscava algo encontrar. Mas que só foi capaz de ver margaridas que precisava regar. E entendeu que para o horizonte encontrar é preciso se dedicar...
a si mesma!
às margaridas!
Enfim...
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Polyana Zavariz

7 de jan. de 2013

ANO DA FÉ

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Em comemoração ao 50º aniversário do Concílio Vaticano II, a Igreja vivencia o Ano da Fé, intensificando a reflexão sobre a fé de cada pessoa: professada, celebrada, vivida e rezada. Essa comemoração quer ajudar a todos os que crêem em Cristo a tornarem mais consciente a sua adesão ao Evangelho, revigorando-a. É um tempo de graça por confessar e celebrar, nas famílias e comunidades, a fé no Senhor Ressuscitado para que cada um sinta a exigência de conhecê-la melhor e de transmiti-la com alegria às pessoas de nosso tempo e das gerações futuras. É preciso suscitar, em cada um, o anseio de confessar plenamente a fé e com renovadas convicção, confiança e esperança, no testemunho de vida que leva à santidade; no compromisso de sincera e contínua conversão a Deus para, assim, experimentar a sua misericórdia que vem ao encontro de todos.



Frei Edrian Josué Pasini, OFM

Petrópolis –RJ



Fonte: Folhinha do Sagrado Coração de Jesus 2013

4 de jan. de 2013

Na hora da escolha*

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Na hora da escolha*

Não podemos descartar os nossos valores
Há quem se diga “azarada (o)” para as coisas que se referem ao coração, pois nenhum de seus relacionamentos foram duradouros o bastante como  esperava.

Muitas pessoas reclamam da dificuldade de manter o namoro, argumentando as muitas incompatibilidades que apareceram ao longo do convívio. Aquele que demonstrava ser o príncipe de um conto de fadas, depois de um tempo, parece ter se transformado em sapo ao perceber que as palavras ou o romantismo envolvente dos primeiros encontros tinham data de validade.

Para muitas pessoas, encontrar alguém que esteja disposto a partilhar as coisas mais comuns do dia a dia parece ser uma tarefa difícil de ser realizada. Sabemos que ter alguém ao nosso lado, que nos ame e trabalhe pelo desenvolvimento da relação, traz muitos benefícios para a nossa vida; a começar pelo aspecto emocional. Contudo, em virtude de muitos outros relacionamentos fracassados, nós podemos nos tornar extremamente exigentes, buscando encontrar alguém que se adeque exatamente ao nosso modo de pensar e de agir.

Algumas pessoas falam do encantamento à primeira vista, mas, antes mesmo de iniciar um relacionamento, levado por uma paixão, precisamos nos lembrar das qualidades que julgamos imprescindíveis na pessoa com quem aspiramos iniciar um envolvimento amoroso.

A quem valoriza o porte físico – uma beleza semelhante a um ator de cinema –, coisas fora de um padrão natural podem desclassificar qualquer possível candidato. Outras consideram o fato de o pretendente ter sido casado ou se tem filhos, a idade, a ocupação profissional, o poder aquisitivo, a espiritualidade, etc. Entretanto, os aspectos sobre o caráter também precisam ser conhecidos e, entre esses, a inclinação da pessoa por algum tipo de vício ou hábitos que poderiam se tornar um problema futuro.

Se para adquirir um produto fazemos pesquisa de preços, verificamos a sua qualidade, entre outras coisas; é também importante não desconsiderar alguns valores que julgamos necessários identificar na personalidade da pessoa com que aspiramos partilhar nossa vida.

Viver um relacionamento duradouro é possível, mas requer esforço e compromisso do casal para resolver alguns conflitos gerados a partir das nossas diferenças.

Algumas incompatibilidades podem até ser negociáveis durante o namoro, mas vale a pena verificar o grau de importância que a pessoa atribuiu a elas, antes mesmo de nos aventurarmos num relacionamento, o qual, desde o início poderia demonstrar certa irredutibilidade por parte dos casais.

Para essas descobertas, não é preciso, necessariamente, estar envolvido num namoro para identificá-las. Por meio de processo de conhecimento, favorecido pela amizade inicial, teremos condições de perceber se a pessoa traz características de alguém que queremos como namorado (a).

As oportunidades de encontrar
alguém podem estar nas atividades sociais às quais gostamos de viver, seja numa danceteria, cinema, teatro… E mesmo que, nesses eventos, não aconteça o encontro com a pessoa especial, pelo menos novas amizades serão estabelecidas sem deixar de viver aquilo que é normal e saudável.

Dado Moura
contato@dadomoura.com

Dado Moura é membro aliança da Comunidade Canção Nova e trabalha atualmente na Fundação João Paulo II para o Portal Canção Nova como articulista. Autor do livro Relações sadias, laços duradouros e Lidando com as crises
Outros temas do autor: www.dadomoura.com