31 de mai. de 2010

Graça especial

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Neste dia da visitação de Nossa Senhora a sua prima Isabel,
 que também nós, façamos a experiência
de receber o Espírito Santo.

30 de mai. de 2010

Avessos

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Encontrei-me assim... com medo.
Medo da "coisas" grandes, de "coisas" pequenas.
De perder pessoas, de não as encontrar.
Medos que não sei dar nome, que não sei dizer...
Tem dias em que muitos pensamentos surgem e
não sou capaz de me organizar.
Mas Deus, lá do Céu, olha pra mim e me orienta.
Fala comigo. Respeita as verdades do meu coração.
Recobra minha consiência e ajuda minha razão a se encontrar.
No avesso de minhas vontades é onde Deus está.
E junto comigo, se coloca a caminhar...
Se não quero falar, Ele caminha em silêncio.
Se converso, Ele se dispõe a me acolher, me ouvir, me amar,
e a me conduzir a um bom entendimento.
Não me impõe coisa alguma mas, me propõe a Sua vontade.
Se  estou num caminho errado, conduz-me de volta à Luz.
E ainda que eu esteja dando passos bem pequenos e medrosos,
Ele me mostra por onde devo andar...
Eu sigo assim:
Caminhando com Jesus,
o meu Amado.

29 de mai. de 2010

Versos soltos

Desaprendo...
para aprender de novo,
de um jeito novo,
o que a Vida ensinar.

26 de mai. de 2010

Minhas verdades

Memórias
(Polyana Zavariz)
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Fico a pensar
nas dores e também na alegrias,
nas chegadas e partidas
e nas despedidas...
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Lembrei da saudade
que meu coração sente,
mas também na liberdade
por ter Deus presente...
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Em tempos tão difíceis, as vezes se esquece
querendo ser só razão,
que Deus está aqui dentro da gente
cuidando do coração...
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E se ainda assim eu me esquecer
Ele me recorda,
e me faz compreender
o mistério que é viver...
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Como disse adélia Prado
"o que a memória amou fica eterno",
fica guardado dentro de mim
o que amei do jeito certo...
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Guardo na minha memória
lembranças da infância,
fragmentos de história
regados com esperança...
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Sei que o Senhor em seu Amor Infinito
não se esquece de minhas causas,
defende-me dos perigos e
derrama em minha vida Suas Graças...

15 de mai. de 2010

Há um tempo para cada coisa

"Tentei, porém nada fiz...
Muito da vida, eu já quis.
Já quis... mas não quero mais..."
(Cecília Meireles)


14 de mai. de 2010

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O SOL
Jota Quest

.Hey!!! Dor
Eu não te escuto mais
Você não me leva a nada
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Ei medo
Eu não te escuto mais
Você não me leva a nada
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E se quiser saber pra onde eu vou
Pra onde tenha sol, é pra lá que eu vou
E se quiser saber pra onde eu vou

Pra onde tenha sol, é pra lá que eu vou

12 de mai. de 2010

Inconstante

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Inquietude aqui dentro.
Silêncio lá fora...
Não ouso dizer
Não quero falar
Palavra alguma.

Resgatar

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"Estou com saudade de mim. Ando pouco recolhida,
atendendo demais ao telefone, escrevo depressa.
Onde estou eu? Preciso fazer um retiro espiritual
e encontrar-me - enfim, mas que medo - de mim mesma."
(Clarice Lispector)

9 de mai. de 2010

O tempo

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TEMPO E MOLDURAS
(Polyana Zavariz)
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No decorrer de nossa vida e nossas andanças, vamos criando situações difíceis de lidar - ora causadas por decepções que sofremos, ou que provocamos, ora por causa das escolhas que fazemos, e que nem sempre nos tornam pessoas melhores aos olhos do Pai. Diante de tantas opções feitas nem sempre somos coerentes com a vontade de Deus, e isso gera, dentro de nós, como que uma distorção da realidade - nos tornamos feios, opacos, sujos e paralisados no comodismo, no pecado.
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Deus nos espera sempre. Acolhe nossa condição. Respeita nosso processo. Por isso que ao nos reencontrarmos com Ele, nossos olhos se abrem e percebemos nossa situação e - com a Sua graça - recomeçamos um novo tempo em nossa história. Mergulhamos em Sua misericórdia e somos capazes de refletir sobre quais valores tem regido a vida e nossas decisões; em como temos agido e reagido conosco mesmos e com o outro, segundo o princípio cristão. Somos capazes de reescrever nossa história, agora com outros olhos.
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Observando minha vida, vejo as marcas que o tempo deixou (em mim) e percebo o que tenho deixado nas paredes do meu coração... quais as marcas que carrego, adornadas com molduras e que deixei em destaque em minha história, ocupando espaço em vão. Imagens distorcidas, molduras que não combinam... fui deixando o tempo passar e me acostumei com minhas feiuras. Por não escolher bem, contentei-me com qualquer desenho.
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Aprendi que a vida requer empenho, cuidado, respeito. E é bom escolher - à Luz do Espírito Santo - para que as consequências não sejam frustradas, porque as marcas sim, ficarão para sempre.
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De tempos em tempos é bom trocar as molduras, os adornos, os enfeites que colocamos em volta das estampas... Porém, ainda melhor é rever a imagem que está em nós e que nos reflete , para que não percamos o brilho de Deus que está em nós.
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Deixar Deus curar nossas lembranças negativas e ajudar-nos a conservar o que de bom há dentro de nós. Por isso é importante cuidar do nosso interior, daquilo que sentimos e pensamos, daqueles que amamos, para  que deixemos estampado na parede de nosso interior belas imagens com molduras igualmente bonitas. Assim, o tempo não poderá degradar as lembranças do coração...

4 de mai. de 2010

E o Papa chorou…



Quando Nietsche chorou”… é o título de um romance recente que tenta levar o leitor a mergulhar nas profundezas da alma de um filósofo que parecia insensível, mas que na realidade apenas tinha uma maneira diferente de sentir.



Nestes dias em que a Igreja está sofrendo com os escândalos provocados por sacerdotes que assumiram um comportamento vergonhoso, muitos olham para o Papa Bento XVI, tentando desvendar o que se esconde por trás de seu rosto aparentemente frio. E certamente há mesmo aqueles que, de alguma forma, se alegram com o olhar cansado do Papa, pois são incapazes de deixar de ver nele o que julgavam ser o olhar duro do Cardeal Ratzinger.


Quando Nietsche chorou, ele abriu seu coração, e revelou-se um ser humano como outro qualquer, sujeito a dores e sofrimentos. Por isso mesmo, um ser extremamente sensível, apenas que sua sensibilidade era recatada. Pelo que foi noticiado há dias, Bento XVI chorou. E com certeza esta não foi a única vez que lágrimas furtivas brotaram de seus olhos. É que, segundo o testemunho de quem o conhece mais de perto, ele sempre foi extremamente sensível para com as pessoas, amigo da música e das artes, além de um filósofo e teólogo que vem marcando o pensamento cristão há décadas.



Quando se fica num plano mais imediato não é preciso dizer o porquê das lágrimas de Bento XVI, pois uma certa mídia já se encarregou de explorar, de maneira impiedosa, não só o comportamento daqueles sacerdotes, mas o comportamento do próprio Papa. Com isto até mesmo quem não nutre grande entusiasmo por sua maneira de ser não pode deixar de encontrar a razão de suas lágrimas e nem pode deixar de pressupor que sua cruz se tornou ainda mais pesada.


E no entanto, a razão mais profunda das lágrimas do Papa só serão devidamente compreendidas quando se recorda uma cena vivida por Jesus, quando, no alto do Monte das Oliveiras, chorou sobre Jerusalém. Chorou sobre aquela cidade que deveria brilhar como a luz do sol por abrigar o Templo de Deus, e que no entanto foi obscurecida por pequenos mas expressivos grupos que traíram a missão que Deus reservara ao Povo de Israel. As lágrimas de Jesus eram de decepção, e particularmente de compaixão.



Com certeza, Jesus era um homem sensível. Para constatar isto basta trazer à mente certas cenas nas quais se vê Jesus decantando a beleza dos lírios dos campos e do chilrear das aves do céu. Num nível mais profundo a sensibilidade de Jesus se manifesta no amor que nutria pelos que o seguiam, homens e mulheres, crianças e adultos, santos e pecadores, ricos e pobres. Talvez seja até por isso que escolheu Judas para ser um dos doze apóstolos, pois olhava a todos com os olhos de Deus e confiava na força misericordiosa do Pai e na consequente possibilidade de regeneração até dos maiores pecadores.



Num nível mais profundo ainda, Jesus não sentiu nenhum constrangimento em tomar as crianças no colo e proclamar que delas é o Reino dos céus. Entretanto, a maior expressão da sensibilidade de Jesus foi certamente aquela de condenar, com veemência, o pecado, mas procurar o resgate do pecador: “vai e não peques mais”. Ele proclama várias vezes não ter vindo para os justos, mas para os pecadores; não veio para os saudáveis, mas para os doentes.


Ora, é à luz desta atitude de Jesus que se compreendem as lágrimas do Papa. Como qualquer homem, sobretudo com uma função tão especial dentro da Igreja, ele certamente teve vontade de pegar um chicote e expulsar os vendilhões do templo. E no entanto, ao mesmo tempo lá no fundo do seu coração, com certeza brotava outro sentimento: o de proceder como Jesus, sobretudo quando pendurado no alto da cruz, perdoando até o ladrão que pendia a seu lado. Bastou que este ladrão mostrasse seu arrependimento para ouvir aquelas palavras que jamais podem ser esquecidas: “ainda hoje estarás comigo no paraíso”.



Essas considerações nada tem a ver com uma tentativa inútil de justificar o que é injustificável. Repetidas vezes a Igreja condenou a pedofilia como crime e como pecado, crime e pecado tanto mais graves quando cometidos pelos que deveriam ser exemplo de fidelidade aos mandamentos de Deus. E repetidas vezes a mesma Igreja deixou claro que, uma vez comprovada a culpa, os acusados seriam devidamente punidos e as vítimas socorridas. E com certeza é isto que acontecerá.



Mas onde estariam então as razões das lágrimas do Papa? Não deve ter sido muito comum ao longo da história da Igreja ver um Papa chorar. Uma das razões aponta para a vergonha que todas as pessoas da Igreja sentem diante de fatos similares. Outra razão aponta para a tentativa de, a partir de fatos lamentáveis, se tentar macular toda a Igreja de Cristo, e com isso soltar uma espécie de “grito de independência” ou de “liberação geral” de todos os valores evangélicos.


E no entanto, sem medo de errar, parece que a razão mais profunda das lágrimas do papa radicam num conflito doloroso que se estabelece quando se tenta unir justiça e misericórdia. Decepcionado como todo mundo, indignado como todo mundo, um Papa não pode simplesmente compartilhar de uma certa histeria que se apoderou de alguns setores da sociedade. Afinal, não apenas esses crimes e estes pecados infelizmente atingem milhões de pessoas afetivamente desestruturadas, como também não são os únicos crimes e pecados que bradam aos céus. Eles apenas são mais chocantes.



Finalmente e felizmente, as lágrimas do Papa não são o capítulo final da história. No caso de Jesus, que não só chorou, como também teve seu corpo marcado pelo suor e pelo sangue, o capítulo final aconteceu na manhã de Páscoa, quando Deus interveio e o ressuscitou dos mortos. A sexta feira santa nunca é o capítulo final. O capítulo final é sempre o da Ressurreição.


Quanto maior a queda, tanto mais propícia a oportunidade de se revelar a pedagogia divina: O mesmo Deus que derruba os poderosos de seus tronos, revela sua força na fraqueza humana. E Ele certamente vai indicar o caminho para que volte a brilhar a luz pascal no rosto hoje manchado de lama da Igreja porque um certo número de seus filhos mergulhou nela.

Prof. Dr. Frei Antônio Moser - Teólogo