3 de mar. de 2013

NÃO SOMOS DONOS DE NOSSAS VIDAS*



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Observe o pequeno peixe no mar, a formiga no tronco de árvore e o pequeníssimo camundongo no pátio. De repente, um animal maior os come vivos. Cumpriram sua finalidade? Nasceram para serem comidos? A fruta nasceu para dar sementes, ou para ser comida? Ou para as duas funções? E os animais? Porque se devoram? Porque os seres humanos se matam, se anulam ou se derrotam?
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Não somos donos da nossa vida. No carro, na bicicleta, sob a marquise, n avião, na calcada, em casa, um acidente, que poderia acontecer a qualquer um, acontece conosco. Era para ser daquele jeito? Está escrito que deveríamos perder as pernas, morrer de câncer ou de diabetes? Porque nós? E aquela disfunção que veio de repente? Estava no DNA? Adiantaria saber com antecedência? Teríamos como evitar? Adianta ao peixe sentir que vai ser comido vivo, se não tem como escapar.
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A criação é finita e é por isso que se reproduz. Folhas, sementes, frutas, animais, aves, répteis, homens e mulheres se reproduzem para se perpetuar porque o indivíduo morre! Geram seres parecidos consigo, com pequeníssimas diferenças. Raramente acontecem diferenças notáveis. A árvore que gera frutos e sementes, avisa que um dia vai morrer e que será substituída. Fazemos o mesmo com nosso corpo e com as nossas idéias. Homem e mulher se acasalam porque consciente ou inconscientemente querem se perpetuar. A repetição de carinhos é desejo de perpetuar num sentimento, que às vezes nem pode ser chamado de amor. O carinho passageiro era para não durar. Também semeamos idéias e fazemos discípulos, porque queremos que nossos conhecimentos e nossas crenças se espalhem e sobrevivam a nós. Há quem funde uma religião e até use de truques desonestos para perpetuar o seu jeito de crer. 
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No fundo, é porque sabemos que passaremos e queremos deixar sinais, pegadas e raízes. Quem escreve livros quer legar alguma coisa. O inventor de um avião certamente não o fez para si mesmo. Queria deixar algo de si para o futuro. Pôde fazer e fez alguma coisa duradoura, antes de morrer.
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Voltemos à formiga, ao peixe e ao camundongo. Qual a sua finalidade? Cumpriram o projeto do Criador? É projeto do Criador que alguém coma o outro vivo? Ou é desvio? Se é desvio, porque o Criador não interveio? Só porque não gostamos, ou não entendemos algum fato, ele é ruim? Só é bom o prazer? Como pode ser bom o prazer de comer carne, se uma vida foi sacrificada para isso? Será bom em si, tudo o que nos faz bem? A vitória que é boa para nós, não é ruim para o derrotado? Perder é sempre ruim, ou há perdas que salvam? Morrer é melhor, ou é pior que viver? Ou, faz parte do processo! O que é melhor para a fruta? Amadurecer e cair de podre, ou ser colhida e comida? Comê-la é melhor para nós, mas será melhor para a fruta? Existe um projeto? 
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Tais perguntas podem nos aproximar ou afastar de quem nos criou. Depende do papel que desejamos exercer na vida. Filhos de Deus que querem saber das coisas, ou patrulheiros de Deus que acham que seu projeto é, ou deu errado!
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*Padre Zezinho - SCJ
Fonte: http://www.padrezezinhoscj.com/wallwp/artigos_padre_zezinho/comportamental/nao-somos-donos-de-nossas-vidas

Um comentário:

Algodão Tão Doce disse...

Acabei de conhecer o seu blog e amei apaixonadamente!!!Já fiquei por aqui!Maravilhoso!!! Me visite:http://algodaotaodoce.blogspot.com.br/
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Obrigada.

Beijos Marie.