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Observe o pequeno peixe no mar, a formiga no tronco de árvore e o
pequeníssimo camundongo no pátio. De repente, um animal maior os come
vivos. Cumpriram sua finalidade? Nasceram para serem comidos? A fruta
nasceu para dar sementes, ou para ser comida? Ou para as duas funções? E
os animais? Porque se devoram? Porque os seres humanos se matam, se
anulam ou se derrotam?
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Não somos donos da nossa vida. No carro, na bicicleta, sob a
marquise, n avião, na calcada, em casa, um acidente, que poderia
acontecer a qualquer um, acontece conosco. Era para ser daquele jeito?
Está escrito que deveríamos perder as pernas, morrer de câncer ou de
diabetes? Porque nós? E aquela disfunção que veio de repente? Estava no
DNA? Adiantaria saber com antecedência? Teríamos como evitar? Adianta ao
peixe sentir que vai ser comido vivo, se não tem como escapar.
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A criação é finita e é por isso que se reproduz. Folhas, sementes,
frutas, animais, aves, répteis, homens e mulheres se reproduzem para se
perpetuar porque o indivíduo morre! Geram seres parecidos consigo, com
pequeníssimas diferenças. Raramente acontecem diferenças notáveis. A
árvore que gera frutos e sementes, avisa que um dia vai morrer e que
será substituída. Fazemos o mesmo com nosso corpo e com as nossas
idéias. Homem e mulher se acasalam porque consciente ou
inconscientemente querem se perpetuar. A repetição de carinhos é desejo
de perpetuar num sentimento, que às vezes nem pode ser chamado de amor. O
carinho passageiro era para não durar. Também semeamos idéias e fazemos
discípulos, porque queremos que nossos conhecimentos e nossas crenças
se espalhem e sobrevivam a nós. Há quem funde uma religião e até use de
truques desonestos para perpetuar o seu jeito de crer.
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No fundo, é porque sabemos que passaremos e queremos deixar sinais,
pegadas e raízes. Quem escreve livros quer legar alguma coisa. O
inventor de um avião certamente não o fez para si mesmo. Queria deixar
algo de si para o futuro. Pôde fazer e fez alguma coisa duradoura, antes
de morrer.
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Voltemos à formiga, ao peixe e ao camundongo. Qual a sua finalidade?
Cumpriram o projeto do Criador? É projeto do Criador que alguém coma o
outro vivo? Ou é desvio? Se é desvio, porque o Criador não interveio? Só
porque não gostamos, ou não entendemos algum fato, ele é ruim? Só é bom
o prazer? Como pode ser bom o prazer de comer carne, se uma vida foi
sacrificada para isso? Será bom em si, tudo o que nos faz bem? A vitória
que é boa para nós, não é ruim para o derrotado? Perder é sempre ruim,
ou há perdas que salvam? Morrer é melhor, ou é pior que viver? Ou, faz
parte do processo! O que é melhor para a fruta? Amadurecer e cair de
podre, ou ser colhida e comida? Comê-la é melhor para nós, mas será
melhor para a fruta? Existe um projeto?
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Tais perguntas podem nos aproximar ou afastar de quem nos criou.
Depende do papel que desejamos exercer na vida. Filhos de Deus que
querem saber das coisas, ou patrulheiros de Deus que acham que seu
projeto é, ou deu errado!
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*Padre Zezinho - SCJ
Fonte: http://www.padrezezinhoscj.com/wallwp/artigos_padre_zezinho/comportamental/nao-somos-donos-de-nossas-vidas
Um comentário:
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